LESÕES MUSCULARES NO FUTEBOL

Vamos lá aprender um bocadinho sobre uma das maiores "dores de cabeça" no Futebol (:
INTRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA
INTRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA
Das lesões com maior frequência neste tipo de desporto, as lesões musculares são as que mais afetam os jogadores, ocorrendo principalmente, nos membros inferiores.
Verifica-se que a coxa é a região corporal mais afetada por uma lesão muscular, nos atletas portugueses (Massada, 2003).
As roturas musculares dos isquiotibiais, conforme a epidemiologia, são das lesões mais frequentes no futebol, onde estão presentes muitas habilidades desportivas como o sprint, remate, acelerações e desacelerações e saltos.
COMO OCORRE?
A Porção bicípite femoral é o músculo mais, frequentemente afetado, sobretudo durante a corrida de alta velocidade (sprint) e, apesar de não haver um consenso, o semimembranoso é o segundo músculo mais acometido, sobretudo no que envolve mecanismo de alongamento durante remate ou receção de bolas altas. No mecanismo de trauma indireto, o período da contracão excêntrica máxima parece ser o de maior risco para a lesão muscular, cujo local mais comum é a junção musculotendinosa, pois sofre as mais altas cargas excêntricas. O trauma direto é outro mecanismo de lesão. É menos frequente e está relacionado, principalmente, com as lesões dos ventres musculares.
CLASSIFICAÇÃO
Os sistemas de classificação são úteis para os fisioterapeutas, pois fornecem um meio de direcionamento para o tratamento e prognóstico. Uma grande variedade de classificações baseadas nos sinais clínicos e alterações à imagiologia têm sido propostas. Contudo, devido à complexidade e variedade de lesões musculares, um sistema de classificação amplamente aceite ainda se encontra em falta. Na prática clínica, o sistema de três graus é o mais usado, classificando a lesão em um nível leve, moderado ou grave ( I-III). O Grau I corresponde à lesão sem alteracão da arquitetura muscular, mas com sinais de edema ao redor do músculo. O Grau II inclui a rutura parcial e a lesão Grau III revela a lesão muscular completa ou a rotura tendinosa. Recentemente, novos sistemas de classificacão têm sido desenvolvidos com o objetivo de ser mais abrangentes e de desenvolver a uniformidade na terminologia da lesão muscular. A classificação de Munique diferencia dois principais grupos: lesão por trauma directo e por trauma indirecto. Nos traumas indirectos, temos as lesões funcionais sem evidência de alterações macroscópicas de rutura de fibras, e as lesões estruturais com evidência macroscópica aos exames imagiológicos [tipo 3 (3a e 3b) e tipo 4]. As lesões funcionais são agrupadas conforme a sua origem clínica e apresentam causas multifactoriais [ tipo 1 (1a e 1b) e tipo 2 (2ª e 2b)]. Já na British Athletics Muscle Injury Classification, as lesões são agrupadas de 0 a 4 confome a gravidade da lesão, sendo que os graus apresentam um sufixo adicional conforme a localização da lesão. Para as lesões miofasciais (a), para as lesões musculo-tendinosas (b) e tendinosas (c).
FATORES DE RISCO
Poder reconhecer os atletas e as situações que podem ser passíveis de aumentar o risco de lesão são fundamentais para evitar longos períodos de reabilitação. Desequilíbrios musculares envolvendo a força muscular, respetivas assimetrias entre membros e até outros grupos musculares fazem parte dos fatores de risco. Lesões prévias são o fator mais comumente associado à origem de nova lesão.
A mobilidade, controlo motor, postura, core, entre outros encontram-se também evidenciados com o risco de lesão. Fatores externos como o perfil competitivo, gestão de cargas, entre outros também estão associados.
Consulta aqui as referências bibliográficas 😊:
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4. Lounsbury, Steven. (2022). Hamstring Injuries: Review of Current Best Practice & an Update on the Evidence in Physiotherapy.
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Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy 2022 52:3, CPG1-CPG44Responder