REABILITAÇÃO ISQUIOTIBIAIS - FASE AGUDA

22-02-2023

REABILITAÇÃO ISQUIOTIBIAIS – FASE AGUDA

INTRODUÇÃO


As lesões de caráter agudo, dos isquiotibiais (IT), requerem tratamento que implique ter conhecimento do mecanismo de lesão, fatores de risco como desiquilibrios musculares, fraqueza muscular, inclusão de exercícios excêntricos dos IT e concêntricos do quadricípite, análise dos padrões de movimento, défice ao nível da flexibilidade (quadricípite por exemplo,), padrões de coordenação e força ao nível da estabilidade do tronco e região lombo-pélvica.

PROGNÓSTICO


O mecanismo da lesão pode fornecer informações sobre a duração da recuperação: atletas com lesões em corrida de alta velocidade têm um tempo de recuperação mais rápido, com retorno ao nível de competição anterior num prazo médio de 16 semanas, do que aqueles com lesões por "alongamento excessivo" que podem levar até 50 semanas. Certas características da lesão são indicadores prognósticos importantes como: lesão mais proximal, medida como ponto de dor à palpação máxima em centímetros distais à tuberosidade isquiática, principalmente se envolver o tendão livre: recuperação mais longa; Uma maior redução na amplitude de movimento ativa nos exames imagiológicos bem como a visualização de uma lesão com uma extensão maior, predispõem também a uma recuperação mais lenta; Se o atleta apresentar mais de 1 dia com queixas álgicas (dor) durante a marcha, assume-se que é provável que este não volte à competição antes das 3 semanas. Para os que apresentam-se sem dor até menos de 24 horas durante a marcha, é provável que possam voltar com menos de 3 semanas de recuperação.

REABILITAÇÃO


Numa fase inicial, as regras PEACE AND LOVE (primeiro o PEACE nos primeiros dias e depois progressão para LOVE) devem ser consideradas (acima apresentado nas imagens), entre as primeiras semanas para controlo da dor e edema. Neste momento, deve ser feita uma modificação da atividade para evitar sobretensão na região lesada. Compressão por ligadura ou outros meios de compressão poderão ser utilizados nos casos de lesões moderadas a graves com base a reduzir o inchaço, caso seja existente. Ligeira elevação "acima do coração" deve ser considerado igualmente nestas condições anteriormente relatadas. A utilização de crioterapia local, nos casos evidentes de sinais inflamatórios e o uso de paracetamol para alívio de dor, CONFORME NECESSÁRIO, evitando, ao máximo, os anti-inflamatórios não esteróides (ex: ibuprofeno, diclofenac, etc). . A lesão muscular, se tiver exposto a uma carga adequada (optimal load) favorece a correta cicatrização o mais saudável possível . A sintomatologia é que vai ditar esta componente de forma a controlar a extensão da lesão. É crucial adotar alguma imobilização nesta fase. . A mobilidade precoce minimiza a cicatrizacão desorganizada das fibras e por conseguinte a recidiva da lesão. Poderá ser uma imobilização mais rígida no caso de lesões mais extensas, com dor incapacidade e períodos mais curtos ou uma imobilização funcional (ligadura funcional) no caso de lesões em que haja uma capilarização mais rápida e que permita uma regeneração mais favoráveis e recuperação aos anteriores níveis de força. Canadianas poderão ser utilizadas nas lesões de caráter moderado a grave. O alongamento direto não deve ser aplicado. Durante a marcha, o comprimento da passada deve ser reduzido, com base a reduzir também a dor durante a deambulação. 
Em termos de exercícios terapêuticos nesta fase, deve-se respeitar os parâmetros de dor e de evolução da lesão, sobretudo durante as primeiras 48 – 72h até 7 dias. Depois, conforme estes parâmetros, poderá ser aplicado exercícios estacionários cardiovasculares (bicicleta, p.e), exercícios isométricos fora do limiar de dor e dentro do arco interno de movimento (ponte estática, flexão do joelho realizando pressão contra chão/bola com intensidade de força controlada) e exercícios de estabilização do tronco e controlo lombo-pélvico. A mobilização controlada (ativa assistida/passiva/ativa) e de pontos articulares proximais pode ser realizada.
Os principais objetivos na reabilitação devem ter como base o retorno do atleta no desporto no nível semelhante de função anterior com o mínimo de recorrência de lesão. Sem uma adequada reabilitação, os atletas poderão continuar a experienciar controlo neuromuscular alterado, fraqueza persistente ou reduzida extensibilidade da unidade musculo-tendinosa, que se deve, em parte, ao tecido residual cicatricial e às alterações adaptativas na biomecânica e padrões de movimento no desporto após a lesão e no return to play (RTP). Considerando estes fatores, a reabilitação deve incluir a aplicação de exercícios terapêuticos e terapia manual, que incluia mobilização articular e mobilização dos tecidos moles.
Diretrizes futuras devem priorizar a prevenção de lesão, a identificação precoce e avaliação e definição de intervenções que estejam em sintonia entre equipa médica, atleta e equipa técnica. Uma avaliação minuciosa, acompanhada de um bom diagnóstico, permite um prognostico adequado e uma reabilitação mais efetiva, com completa recuperação e evicção de recidiva.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


1.Holly J Silvers-Granelli, Moises Cohen, João Espregueira-Mendes, Bert Mandelbaum,Hamstring muscle injury in the athlete: state of the art, Journal of ISAKOS, Volume 6, Issue 3, 2021, Pages 170-181, ISSN 2059-7754,

2. Sherry, M. A., Johnston, T. S., & Heiderscheit, B. C. (2015). Rehabilitation of Acute Hamstring Strain Injuries. Clinics in Sports Medicine, 34(2), 263–284. doi:10.1016/j.csm.2014.12.009

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4. Crema, M. D., Guermazi, A., Tol, J. L., Niu, J., Hamilton, B., & Roemer, F. W. (2016). Acute hamstring injury in football players: Association between anatomical location and extent of injury—A large single-center MRI report. Journal of Science and Medicine in Sport, 19(4), 317–322. doi:10.1016/j.jsams.2015.04.005

5. Ernlund L, Vieira LA. Lesões dos isquiotibiais: artigo de atualização. Rev Bras Ortop. 2017;52(4):373-82. 

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